quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Velha Infância.

Eu detestava ver meus pais brigarem, ficava triste e ia para o quarto chorar, tampava os ouvidos grudava na minha coelhinha de pelúcia (na qual tenho até hoje) e chorava, dizia pra ela que eu não queria mais ouvir aquilo, e rezava para que aquela gritaria acabasse. Elas sempre acabavam e em meia hora já estava tudo bem de novo. Não entendia como meus irmãos não davam bola, depois das discussões, as coisas iam se amenizando e eu esquecia muito facilmente de tudo aquilo. Ah que saudade de ser uma criança que acreditava que a felicidade existia o tempo todo, era bom chegar em casa da escola e ouvir o pai e a mãe mandarem a gente fazer a tarefa, ou ter aquela sopinha bem quentinha pronta no prato, pular corda sem vergonha do que os visinhos vão dizer, jogar a bola no outro lado do muro e ter medo de pedir para devolverem, trazer os amiguinhos todos para sua casa, rir e brigar e mandar eles todos embora, e ficar triste porque não tem mais ninguém pra brincar. Ter a brilhante idéia de brincar de escolinha com seu irmão, tirar todos os livros e coisas do armário, arrumar tudo e na hora de brincar mesmo, perder totalmente à vontade, e depois guardar tudo de novo. Encher balão e fica jogando com a parede ou no corredor da casa, ficar sozinha no quarto de brinquedos e ficar pensando o que eu vou ser quando crescer. Sonhar em ser cantora ou em fazer novelas, brincar de casinha sozinha pela casa, cuidar das bonecas, dar comida, cortar o cabelo delas e fingir que tem um marido que te ama,  Ter a inocência de ver uma novela ou um filme e achar que os finais felizes existem na vida real. Não estou dizendo que não existem, mas, quem dera fosse fácil como à TV. Ir dormir cedo, depois de um dia cansativo de muitas risadas e brincadeiras, e acordar mais cedo ainda pra jogar vídeo – game, e comer sucrilhos. Ai chega a parte que mais me da saudade, almoçar todos os dias com o pai e com a mãe, comer uma comida quentinha e preparada com amor e não qualquer coisa rápida na hora do almoço ou as vezes até nem comer nada. Sinto falta dos desenhos animados de manhã, de reclamar por ter que lavar a louça, de fazer as tarefinhas da escola, sinto falta de deitar e acordar a hora que eu quiser, sinto falta das bonecas, dos maridos imaginários, dos amiguinhos nas festas de adversário, sinto falta de ser criança.

Um comentário:

  1. Que texto maravilhoso querida! Também sint falta de minah ingenuidade e criança. Lembrei da Musica The only Exception, de Paramore. Quando tiver tempo leia a tradução se parece um pouco com seu texto. Enfim, vc fanhou mais uma seguidora. E obrifada pelo seu comentario no meu post.

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difícil responder, sou aquela que não sabia como se expressar e percebeu que com palavras, tudo pode acontecer.

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